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Simples Nacional: regras atualizadas, limites congelados e um 2025 de incertezas — o que muda para micro e pequenas empresas

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O Simples Nacional passou por ajustes relevantes com a publicação da Resolução CGSN nº 183/2025, que modifica pontos estruturais da Resolução 140/2018.As novas regras modernizam o regime, fortalecem a integração entre os fiscos e elevam o rigor nas obrigações acessórias.

Ao mesmo tempo, o Congresso segue sem avançar no PLP 108/2021, que atualiza os limites de faturamento — congelados desde 2016, apesar da inflação acumulada superior a 40%.

O cenário é paradoxal: mais exigência, mais fiscalização e mais digitalização… mas com um teto que não acompanha a realidade econômica das empresas.

Neste artigo, explicamos o que efetivamente muda, onde estão os principais riscos para o contribuinte e quais são as perspectivas para os próximos anos.


Os principais pontos da Resolução CGSN nº 183/2025

Novos princípios e integração entre os fiscos

O Simples passa a ser orientado por princípios de cooperação, justiça tributária, padronização e transparência.Isso reforça a troca de informações entre União, Estados e Municípios, reduzindo divergências, mas ampliando a capacidade fiscalizatória.

Conceito ampliado de receita bruta

Agora engloba todas as receitas da atividade principal, inclusive:

  • receitas com múltiplas inscrições no CNPJ;

  • receitas de contribuinte individual vinculadas à mesma atividade.

Essa mudança fecha brechas comuns de fragmentação de faturamento e deve aumentar autuações por desenquadramento.

Obrigações acessórias passam a ter natureza declaratória

PGDAS-D, Defis e DASN-Simei passam a constituir confissão de dívida.Na prática:

  • erros custam mais caro;

  • dados declarados têm valor legal;

  • a autorregularização se torna essencial.

Para o MEI, a DASN-Simei agora substitui a RAIS — e terá compartilhamento de dados com outros órgãos.

Adesão simplificada para novas empresas

Negócios em início de atividade podem optar pelo Simples no momento da abertura do CNPJ.O efeito é imediato, com prazo de 30 dias para regularizar pendências.

Autonomia municipal ampliada

Municípios podem exigir escrituração fiscal digital dos optantes, desde que ofereçam sistema gratuito.Isso reforça o controle local e cria novas rotinas obrigatórias para o empreendedor.

Novas multas (vigentes em 2026)

  • PGDAS-D: 2% ao mês, limite 20%

  • DEFIS: 2% ao mês + R$100 por bloco de 10 erros

  • Multa mínima: R$ 200

O recado é claro: pontualidade e precisão não são opcionais.


Enquanto isso, no Congresso: o teto do Simples continua parado

Mesmo com articulação de seis frentes parlamentares e forte demanda do setor produtivo, o PLP 108/2021 — que atualiza os limites — segue travado.

Por que não avança?

O governo teme perda de arrecadação no curto prazo, enquanto busca cumprir metas do novo arcabouço fiscal.Nos bastidores, a avaliação é que o momento fiscal não comporta “renúncias”, mesmo que temporárias.

Além disso, temas políticos têm dominado a pauta, deixando a atualização sem prioridade.

Os números do problema

  • Congelados desde 2016

  • Perda real superior a 40% pela inflação

  • Empreendedores sendo excluídos por efeito inflacionário, não por crescimento real

  • 21 milhões de empresas dependem do regime

Segundo as frentes parlamentares, a atualização:

  • poderia gerar até 870 mil novos empregos;

  • impulsionaria salários e lucros em R$ 60 bilhões;

  • devolveria ao governo até R$ 22 bilhões em até 3,5 anos.

Mesmo com impacto líquido positivo, falta vontade política.


O Simples na reforma tributária: novas escolhas à vista

Com o IBS e a CBS entrando em cena, as micro e pequenas empresas terão duas opções:

  1. Permanecer no DAS unificado, com IBS e CBS pagos à parte;

  2. Optar por regime híbrido, podendo usar créditos tributários.

Empresas B2B tendem a reavaliar o modelo; varejo e serviços ao consumidor final terão menos impacto imediato.


Impactos práticos para quem empreende

Mais fiscalização e menos margem para erro

Com obrigações declaradas funcionando como confissão de dívida, inconsistências podem gerar:

  • multas mais altas;

  • cobranças automáticas;

  • restrições e desenquadramento.

Planejamento tributário ficará mais estratégico

Sem atualização do teto, empresas podem:

  • sair do Simples antes do tempo;

  • migrar para regimes mais complexos;

  • sofrer aumento de carga tributária em plena desaceleração econômica.

MEI fica mais exposto

Com dados compartilhados entre órgãos, inconsistências trabalhistas e fiscais serão rastreadas com mais facilidade.


O que esperar para 2025 e 2026?

  • Regras do Simples estão ficando mais robustas.

  • Fiscalização está mais integrada.

  • Obrigações estão mais pesadas.

  • E o teto segue sem correção — pressionando o pequeno negócio.

É um cenário que exige acompanhamento jurídico constante.


Conclusão

O Simples Nacional entra em uma fase de modernização acelerada, mas enfrenta um gargalo político: o congelamento dos limites de faturamento.Enquanto as regras ficam mais rígidas, a falta de atualização coloca pressão financeira sobre micro e pequenas empresas.

Em um ambiente tributário complexo e instável, ter assessoria jurídica especializada é indispensável para evitar autuações, estruturar o regime mais vantajoso e garantir segurança no crescimento do negócio.

A Cotrin Loro acompanha de perto todas as mudanças no Simples e na reforma tributária.Entre em contato para avaliar riscos, oportunidades e a melhor estratégia fiscal para sua empresa.



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